domingo, 15 de julho de 2012

Luzes, peru e chester.

As poucas horas que passei na sala da tomo foi o suficiente pra mamãe entrar em parafusos. 
- Eae, como foi? Porquê você está com essa cara?
Devia estar pálida como neve. Mais de oito horas de jejum não é pra qualquer um. 
A reação não poderia de ter sido outa. Um combinado de raiva por eu ter dado "pit" e de nervoso por mais uma vez ter que adiar aquele bendito exame.Mas ela me conhece o bastante pra saber que fui ao meu limite. Perdoada. 
Bom, agora não tem jeito. Vamos pra faca! 
No dia da consulta, o francês ( meu medico, Dr. é muito formal) tinha me dito que poderia ser feito por meio cirúrgico. É um pouco mais invasivo, mas por outro lado colhe mais material pra análise, o que é bom. 
Quase natal, achamos melhor deixar isso pra depois.
Volto pra casa, passo um natal em família e depois volto pro hospital. Não tinha como dar errado. 
Luzes, peru, chester ... Tudo nos conformes, assim como manda o figurino. 
Sempre gostei de casa cheia, mas confesso que não sou chegada em crianças, o que não se aplica aos meus primos. Um trio danado de bom. Gosto de como me fazem despreocupada, talvez neles encontro meu botão de escape. Especialmente a uma certa srta.causadora que ouso chamar de minha filha nas horas vagas, a quem dedico esta postagem. 
Natal sempre me remeti coisas boas, não to falando dos presentes! Quero dizer, tembém ... Mas estou falando da energia, daquela coisa gostosa de juntar todo mundo, de ter uma frase a mais nas conversar curtas de elevador.
Ter uma chaminé em casa dava um gosto especial a tudo isso. 
Apesar de tudo, naquele ano foi diferente. Um tanto mais triste, mais vazio. A ausência da vovó Lurdes se fez presente e muito firme. E não nego, pouco soube disfarçar a tristeza que me cabia. Por um instante desejei que ela estivesse ali, com sua fé inabalável me dando colo e profetizando um final feliz. 
Pra evitar choradeira, me retirei por alguns minutos. Busquei conforto no silencio do meu quarto. 
Era evidente que todos sentiam aquela falta, assim como também se fez notório a preocupação com a minha saúde e mais que isso, com a minha tristeza. 
Mesmo gostando de participar das travessuras das crianças, não tinha pique pra isso. Estava concentrada entre tomadas de fôlego e sorrisos discretos.
A meia noite, pode parecer tolice, mas pedi ao bom velhinho que tivesse uma boa notícia nos próximos dias. 
Assim se deu a noite de natal. 



Um comentário:

  1. Anna Narita também foi o Natal mais triste da minha vida, sem a pessoa q mais amava, a sua doença inesperada e a decisão de mudança q tomei p mim, mas estamos aqui com muita Fé e Esperança. Vamos dar muita risada de tudo isso... Obrigada pela homenagem q vc fez a Duda, vcs duas têm uma ligação muito grande. TE AMAMOS!!!

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