quinta-feira, 12 de julho de 2012

Chutei o balde.


Mesmo sendo menina que já não tinha mais idade para fazer bico e cara feia, fiz!
Por dias travei um suicídio fictício. 
Me jogar da primeira ponte? Não. Isso não. Deus me deu um câncer e não asas. 
Ué...câncer? Nem havia feito a tal da biopsia e eu bati o martelo decretando o juízo. Embriagada de medo talvez. 
Hora de dormir, uma pausa pro fôlego. Como odiava aquele silêncio. Cabeça vazia é obra do diabo. 

Por horas alimentava meus monstros. E eram, aliás ... são tantos! Pela manha me esgotava. 
Saber que tem gente com uma conta bancária mais ferrada que a sua ou uma dor de cabeça mais forte que a sua te deixa mais conformado? 
Não. Então dá licença que eu vou chutar o balde. 
Confesso que mesmo lúcida de todo o avanço da medicina, todos os aparatos que tinha a minha disposição, não ignorei a ideia de morte. E isso não é passageiro coisíssima nenhuma! 
A morte se torna uma pulguinha na sua orelha. Mas dá pra ignorar. 
E a vaidade, onde fica? Depois dedico uma postagem pra esse assunto. Muito polêmico falar disso... 
Querendo ou não estava preste a ganhar uma cicatriz nada discreta e uma careca provisória. 
Me ver tão blasé deixou todos preocupados! 
- Anna! Não se entrega, pensamento positivo! Se você ficar assim não vai melhorar.. 
PARA! Não acha que é maldade de mais falar uma coisa dessa? Como se o meu estado de espirito fosse determinar o resultado daquele exame? 
Esse fardo não!
Vamos a biópsia. 



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