Aqui começa mais um período de espera e sobre tudo de muita paciência. Até fevereiro eu precisava dar um jeito de ocupar a cabeça e claro, não ficar doente. Que comece a bateria de exames.
Mas janeiro foi um mês que praticamente não passou. Os dias seguintes a consulta foi de muita dor. Recebi algumas mensagens me perguntando o que eu estava fazendo no facebook em Londres. Para muitos eu ainda estava Reino Unido a fora curtindo o melhor da vida. No começo preferi me preservar, não queria um mundo de gente me dizendo o que fazer ou como agir. Queria espaço, e muito.
Perdi noites de sono tentando entender ou simplesmente aceitar a minha condição. Como uma menina de 19 anos, com uma vida toda pela frente, não me julgando uma santa, mas não carrego tanto pecado assim pra merecer tamanho castigo. Devo ser uma péssima cristã ou fui uma moleca muito da levada.
Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e só me vinha cobranças. Eu tinha que ser forte, ter paciência, ter pensamentos positivos, ter maturidade, esquecer a porcaria da vaidade e opção que é bom nada. Não tinha outro caminho, era assim e pronto.
Cheguei a comentar com uma velha irmã amiga que aquilo tudo não me serviria de nada! Dizem que tudo na vida tem um lado bom, que as experiências boas ou não são de alguma serventia, que se pode colher bons frutos mesmo nos pés mais desgastados. Eu não acreditava nisso, pelo contrario, na minha cabecinha de alfinete aquilo era puro castigo, nada mais.
Bom, isso que vou dizer agora para muitos é tolice. Dentre as minhas milhões de preocupações, uma delas falava mais alto, alias, bem alto! A vaidade. Todo mundo tem um registro predominante, ou é auditivo, ou é visual ou é cinestésico. Eu sou visual, logo saber que ficaria com uma cicatriz enorme no peito me tirava o sono, mas não é só isso. Mesmo não sendo um modelo de ternura e beleza sempre fui muito feliz com meu corpo, gosto de me cuidar, de me sentir bem! Imaginar aquele rastro me deixava mal, como se fosse um intruso no ninho. Ainda que ligasse o "to nem ai" sei que sair por ai com aquela marca despertaria muito curioso, e acredite, não foi diferente.
Usar biquíni, praia? Nunca mais, e quanto a isso ainda não mudei de ideia., mesmo ela estando bem discreta, ainda tenho vergonha. Viva a moda lenço!
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